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Sistema Prisional da Paraíba recebe 1ª Mostra de Cinema focada na ressocialização

publicado: 14/07/2025 16h20, última modificação: 14/07/2025 19h44
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Uma parceria entre o Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) está possibilitando que o cinema seja levado para dentro dos presídios paraibanos. A programação da 1ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional, com foco na ressocialização, foi aberta na manhã desta segunda-feira (14), contemplando duas unidades prisionais: a Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, e a Penitenciária Regional de Campina Grande “Raimundo Asfora” (Serrotão). 

A Mostra é uma ação de difusão da 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Na edição de 2025, o tema central é “Viver com dignidade é um direito humano”. No sistema prisional, a ação é articulada por meio da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), em parceria com as administrações penitenciárias estaduais e distrital. 

O secretário da Administração Penitenciária, João Alves, destaca a importância cultural e social da Mostra, pois “além de levar o cinema para dentro dos presídios, constitui um importante mecanismo dentro do processo de ressocialização, na medida que promove um momento de lazer e diálogo entre os participantes”. 

O evento contou com a apresentação do Coral Vozes Passageiras, formado por reeducandas do Presídio Júlia Maranhão e regido pelo maestro Sérgio Gerard, e do Trio de forró pé de serra "Os 3 do Serrote", do Presídio Serrotão.

Na programação de estreia, foram exibidos dois curtas-metragens: 'Confluências', um filme com Nêgo Bispo, onde se compartilha os modos de festejar e outros modos de vida do quilombo Saco-Curtume situado na zona rural de São João do Piauí/PI/BR com direção da piauiense Dárcia Ibiapina; e 'Big Bang', que retrata a vida de Chico, um homem que ganha sua vida consertando fornos, nos quais ele facilmente entra devido seu tamanho. Face a um sistema que lhe exclui, não lhe resta outra alternativa a não ser se colocar em resistência. A obra é dirigida por Carlos Segundo, que também é fotógrafo, roteirista e montador.

Para o gerente executivo de Ressocialização, João Rosas, a mostra, que traz filmes com diversas temáticas, sobretudo na área de direitos humanos, é uma oportunidade para que as reeducandas tenham acesso a materiais que fomentam a parte cultural proposta da Coordenação Nacional de Educação, Esporte e Cultura da Senappen. 

Durante a exibição dos curtas-metragens, as reeducandas receberam pipoca e refrigerante, e após a exibição dos filmes, elas participaram de uma roda de conversa com o coordenador Maestro Sérgio Gerard, ponto focal da Mostra no Júlia Maranhão. Foi um momento de compartilhamento de impressões, emoções e da percepção delas sobre o que foi exibido.

Já em Campina Grande, os debates foram coordenados pelo policial penal Celso Beserra, ponto focal da ação na Penitenciária do Serrotão.

Ao término dos 13 filmes, que serão exibidos ininterruptamente durante uma semana, será entregue um caderno a cada participante. Nele, deverão registrar a mensagem mais impactante de cada filme e suas reflexões pessoais sobre as obras. O material coletado será posteriormente compilado e enviado à Senappen.

O maestro Sérgio Gerard comenta que esta é uma ação entre as centenas apoiadas pela Seap-PB, junto à Gerência de Ressocialização, com o objetivo de trazer a dignidade da pessoa humana por meio da sétima arte, o cinema, no sentido de sensibilizar o que há de melhor em nosso espírito. 

Para a reeducanda S.G., a Mostra foi excelente por proporcionar uma atividade diferenciada por meio do cinema. Em sua avaliação disse que "os dois filmes apresentados abordaram temas muito relevantes. O primeiro, a resistência quilombola, focando na configuração atual dos quilombos. Frequentemente, temos uma percepção distante dessa realidade, sem reconhecer a sua persistência. É crucial abordar essa temática para promover uma maior compreensão, especialmente considerando a possibilidade de haver descendentes de quilombolas na própria unidade", ressaltou.

O segundo filme, 'Big Bang', explorou o preconceito e a solidão, retratando a experiência de um rapaz rejeitado desde o nascimento, tanto pela família quanto pela sociedade, e como esa rejeição impacta sua vida.

"Para mim, os dois filmes me ajudaram a refletir nas relações humanas", expressou.

Filmes

Os filmes que fazem parte da Mostra são: “Confluências – 26 min”, “Big Bang – 15 min”, “Habito – 18 min”, “Belos Carnavais – 17 min”, “Mansos – 20 min”, “Sobre a Cabeça os Aviões – 18 min”, “Marina Não Vai à Praia – 17 min”, “Lapso – 24 min”, “Sobre Amizade e Bicicletas – 12 min”, “Máquinas de Lazer – 10 min”, “Água Rasa – 19 min”, “Somos Terra – 8 min” e “Marés da Noite – 07 min”.

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Ascom-Seap/PB